Treinando o Olhar Fotográfico
Quando conhecemos o universo da fotografia, é natural um
encantamento surgir, algo toma posse de nós, saímos câmera
em punho e como se fossemos um pistoleiro atiramos em tudo que enxergamos.
Com o passar do tempo, passamos a ter nossas preferências
em termos de fotografia, alguns
preferem se dedicar a macro fotografia, a fotografia
de moda, retratos, fotografia de natureza, enfim cada um
segue um caminho ou mais de um.
Em minha opinião isso ocorre porque a fotografia como qualquer outra arte,
carrega a história da pessoa que a produz, ou seja, quando apertamos o disparador todos os filmes, os quadros,
os livros, toda a nossa história de vida influenciarão o resultado final.
É
simples você provar isso, ou pelo menos ver como isso de fato ocorre, basta
você pegar um grupo de dez fotógrafos e ir para um mesmo local com um tema sendo
fotografado e você terá dez visões diferentes do mesmo tema.
Outra coisa comum aos iniciantes em fotografia é a família o eleger fotógrafo oficial, mas não se engane
eles vão querer um trabalho profissional pelo preço de irmão, uma vantagem
levamos nesses casos, normalmente conhecemos todos os fotografados e isso nos
dará uma vantagem ao registrar um evento, pois sabemos o que é realmente
relevante em cada ocasião.
Muitos iniciantes fazem um curso de fotografia e logo se aventuram ao ramo das fotografias de eventos, alguns até
conseguem êxito, mas a grande maioria que hoje procuram fazer um curso e se
dedicar a fotografia o faz por amor à
arte fotográfica, pelo prazer de ver
materializada e eternizada uma imagem.
Não sei qual é o seu caso, mas vou falar um pouco de como
me envolvi com a fotografia e quem
sabe isso possa ajuda-lo a trilhar o seu caminho com maior facilidade.
Quando eu era adolescente, lá pelos 16 anos, fui com meu
primo Benê, que é artista plástico, fotografar Paraty/RJ, ele usava depois as
fotografias, na época em cromos, para pintar seus quadros em óleo sobre tela.
Chegando lá meu primo pegou uma das suas câmeras, no caso uma Pentax e me deu
algumas noções básicas e eu parti
todo feliz para clicar pela primeira vez.
Quando vi o resultado da foto que fiz
na tela pintada pelo meu primo, fiquei maravilhado, senti naquele momento que
um dia eu poderia fotografar de verdade.
Mas foram precisos mais de 30 anos para que eu voltasse a
olhar para a fotografia de maneira
mais intensa, ela transformou minha vida de maneira definitiva.
Passei a postar em sites como o Flickr e participar de grupos para comparar os olhares e participava
dos concursos internos que aparecia
por lá.
Isso para mim foi importante, porque a gente sempre acha ou que nossa
foto é a melhor ou que é a pior, mas na verdade nem uma coisa nem outra estão
certas.
Foi através de um contato do Flickr, que tomei
conhecimento do CFAS (Clube Foto Amigos de Santos), procurei o foto-clube
para fazer um curso e depois entrei como sócio, queria participar de concursos e Bienais e para isso é
necessário ser afiliado a um foto-clube.
Participei de diversos concursos internos e externos,
isso foi importante para criar certa identidade
fotográfica, hoje duas vertentes principais da fotografia são as minhas
preferidas, a fotografia de Natureza
e a fotografia documental.
É claro que isso é
influência: da minha história, do
meu primo que me introduziu nesse universo e de tudo que vi em exposições de arte e de fotografia e filmes documentários, que adoro assistir.
Tenho a convicção de
que uma das principais características
da fotografia e também a maior influencia dela na conscientização das
pessoas em torno do mundo que vivemos, é documentar
o momento, os costumes, e a geografia e tudo que caracteriza um povo, uma
região.
A fotografia
sempre teve uma influência importante no Brasil, incentivada pelo então
imperador Dom Pedro II, foram criados estúdios e havia fotógrafos contratados
pelo imperador para divulgar esse invento.
Naquela época a fotografia era para uma minoria, e a bem da verdade isso só mudou
realmente com a chegada da fotografia
digital.
Hoje quase todo mundo tem em sua casa ao menos uma câmera, mesmo
que seja no celular e arrisca tirar suas fotos.
Mas quando o assunto é Arte Fotográfica temos sempre que nos lembrar do papel dos foto-clubes na sua transmissão.
A chegada da digital também teve um papel importante na revitalização dos foto-clubes, a Confederação, agrega atualmente
pouco menos de 100 clubes espalhados por todo o Pais e é através deles que
todos os anos diversos novos talentos aparecem para o mundo da fotografia.
É extremamente importante que os sócios de um foto-clube participem desses eventos e
promovam o Clube e represente a sua cidade, para o sócio participante também é
importante, pois a cada novo evento ele se aprimora e com isso seu olhar vai se
transformando.
Dicas para aprimorar seu olhar fotográfico
Concluindo deixo aqui minhas dicas de como você pode
aprimorar cada vez mais e de forma contínua seu olhar fotográfico:
-Participe de comunidades, mas escolha aquelas onde os
participantes fazem comentários e críticas às fotos apresentadas, é um bom
exercício para o ego também;
-Participe de todos os concursos que puder e quando sair
os resultados procure aprender como são analisadas as fotos;
Lembre-se há uma enorme diferença entre a foto na
internet e a foto impressa, e a qualidade dessa impressão faz toda a diferença entre
uma foto boa e uma foto campeã;
-Quando for fotografar, procure criar a foto em sua mente
antes de começar a enquadrar, analise a luz, olhe em volta e decida a melhor
composição, só depois busque a técnica necessária para conseguir o que viu;
-Frequente exposições não só de fotografias, mas também de
pinturas e de artes em geral;
-Quando ver um filme, procure entender a linguagem
através da fotografia apresentada nele;
-Tudo que está a nossa volta pode ser fotografado,
lembre-se disso, mas a maneira como é fotografado é que faz toda a diferença;
-Pratique muito e sempre analise se o que você fotografou
foi exatamente o que sentiu no momento que apertou o disparador.
Acredito que assim, além de melhorar suas fotos, você
sentirá mais prazer em fotografar.