quarta-feira, 26 de março de 2014

Um Olhar Santista sobre Paraty

Exposição um Olhar Santista sobre Paraty


Em 1978, fui apresentado a Paraty e também à fotografia  pelo artista plástico Benê, meu primo. 
Em seu processo criativo ele fotografa seus temas e depois passa para as telas em seu atelier. 
Quando chegamos a Paraty, ele me entregou uma de suas câmeras, uma Pentax, me deu algumas dicas sobre o manuseio da câmera e sobre enquadramento, e lá fui eu atrás de minhas primeiras imagens.  
A experiência foi incrível, os tempos eram outros e precisei esperar alguns dias para ver o resultado. 
Mas valeu a pena: quando vi uma das minhas fotos em uma de suas telas, a paixão pela fotografia foi imediata.

Mas embora o sentimento de realização tenha sido tão profundo, passaram-se muitos anos até que eu retornasse a fotografar. 
Somente em 2010, comecei  a participar de concursos, e exposições coletivas.

Revisitar Paraty era inevitável, e em 2012  aproveitei o Paraty em Foco, Festival Internacional de Fotografia, que se realiza todos os anos desde 2005, e lá fui eu reencontrar Paraty, a cidade que despertou em mim o interesse pela arte fotográfica. 
Surgiu então uma ideia: fazer minha primeira exposição individual com  Paraty como tema.

Retornei  em 2013 com essa ideia mais amadurecida. É claro que a cidade tem vários encantos. Do Centro Histórico é possivel pegar um barco e ir as suas diversas ilhas com praias lindas. 
É possível também conhecer suas cachoeiras, ou os engenhos de cachaça, tão tradicionais na cidade, ou outros temas. 
Mas, nessa exposição, vou apresentar a Paraty que conheci ainda adolescente e que me mostrou uma nova forma de ver o mundo.

O Centro Histórico de Paraty, um dos conjuntos arquitetônicos do Brasil Colonial  mais preservados, em cujas ruas de pedras arredondadas só é permitido pedestres, ciclistas e veículos com tração animal.  
As ruas foram construídas propositalmente abaixo do nível do mar, para que na maré alta a água invada e limpe os resíduos deixados pelos animais, que na época eram muito usados.  
Isso tudo é um espetáculo para os fotógrafos, que não se cansam de registrar os reflexos causados pela maré. 
Em seus casarios é possível ver a influência maçônica retratada em detalhes nas fachadas. 
Tudo isso faz de Paraty um lugar pra se visitar muitas vezes e se guardar no coração. Pelo menos é isso que eu sinto.

                                                                                                                                                                Julio Escobar

Venha conferir.

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